Estudantes do 4 º e 5º ano da rede municipal de ensino estudarão com os livros didáticos contextualizados, “Conhecendo o Semiárido 1 e 2”, ainda este ano. Estes livros irão compor o conjunto de materiais didáticos destas turmas, uma das ações do Projeto de uso de material didático contextualizado com o Semiárido, do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), em parceria com a Secretaria de Educação e Cultura do Município de Juazeiro (Seduc) que foi lançado no dia 11 de abril. A publicação é da Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (Resab) e a 2ª edição está sendo apoiada pela entidade alemã Rückenwuind – Brasilien. e. V.
Esta iniciativa tem o objetivo de contribuir para a qualificação do ensino e da aprendizagem através de um processo que envolve o uso de materiais didáticos contextualizados, a formação dos(as) educadores e educadoras e a sistematização da experiência(do trabalho pedagógico). Edineuza Ferreira, coordenadora do projeto e uma das autoras do livro, explica que esta ação possibilitará à comunidade escolar vivenciar a experiência de trabalhar com livros contextualizados à sua realidade sem ferir a Lei de Bases da Educação( LDBN 9.394/1996 ) e sem deixar de ter acesso aos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade.
O material didático vai ser distribuído para 3.654 estudantes do 4º e 5º ano, de 21 escolas municipais da sede e 38 escolas do campo, do município de Juazeiro, a partir deste mês. O diferencial deste projeto é o acompanhamento pedagógico articulado entre o Irpaa,e a Seduc, junto às instituições envolvidas, até o final 2015
Ao longo do projeto os/as educadores/as terão formação, com encontros mensais, sendo o primeiro encontro ainda este mês, no dia 26 de abril e orientações contínuas(semanais) que subsidiarão a sistematização da experiência.
A gestora escolar, Rúzia do Nascimento Lima, acredita que o livro venha contribuir para que os professores possam trabalhar, em sala de aula, de fato a educação contextualizada. “Os livros didáticos não são direcionadas a nossa realidade, agora vai ser um trabalho de qualidade bem maior com este livro que estamos recebendo. A gente quer mesmo que aconteça e que os professores abracem esta proposta”, afirma.
O livro é multisseriado, traz uma abrangência multidisciplinar, ou seja, a disciplina não é o centro do conteúdo, como explica Edineuza: “a disciplina encontra o momento certo de contribuir”. O objetivo não é tratar exclusivamente da disciplina, por exemplo, a geografia, mas como a/o estudante pode compreender a geografia, o português, a história, a partir da sua própria realidade, relacionando estes conhecimentos com o que é global.
Para a representante da Seduc, a diretora de valorização do professor e formação continuada, Carliane Oliveira, a expectativa é que a partir da utilização deste material tenha-se uma qualificação no ensino e assim “formar um sujeito diferente”. Ela explica que esta parceria com o Irpaa, que já existia, vem gerando bons resultados para a educação municipal, como a formulação de diretrizes político pedagógicas (para a convivência com o Semiárido), do município. Diante disso, a outra expectativa é dar continuidade ao uso deste material didático para além de 2015.
O nascimento do livro
O livro Conhecendo o Semiárido volume 1 e 2 é uma produção coletiva da Resab, tendo como autoras Cláudia Maísa Antunes Lins, Edineuza Ferreira Souza e Vanderléa Andrade Pereira. A iniciativa começou em Juazeiro, através do Irpaa, que logo lançou a proposta de construção do material para todo o Semiárido, através da Resab. Ele foi produzido de 2002 a 2005 e, em 2010, teve a sua 2ª edição publicada. Antes da publicação, o material foi testado em todos os estados do Semiárido Brasileiro, sendo em duas escolas de cada um destes municípios. Ao final desta avaliação junto a educadores/as e estudantes, o material teve a sua 1ª edição impressa e, desde então, é distribuído pela Resab.
Edineuza Ferreira, na sua apresentação, explicou que o livro surgiu das experiências exitosas de educação neste região e, principalmente, pela ausência de materiais didáticos com a perspectiva de contextualização [com o Semiárido]”, explicou.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa
