sábado, 8 de fevereiro de 2014

FOLCLORE NA ESCOLA Trabalho com lendas e mistérios é um estímulo à aprendizagem

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Isabel Luiza Bittencourt, no município gaúcho de Bom Retiro do Sul, o tema folclore integra o currículo. É uma forma de atrair a atenção dos alunos para uma aprendizagem significativa. “O assunto é permeado de curiosidade e mistério, fatores que atraem o interesse dos alunos da educação infantil e anos iniciais”, justifica a diretora da instituição, Jussara Maria Ribeiro.

Em agosto de 2013, projeto pedagógico desenvolvido por três professoras dos primeiros anos do ensino fundamental chamou a atenção da comunidade. Rosimeri Fröhlich, Eliane Girelli e Clenir da Silva decidiram levar aos alunos o conhecimento das mais diversas manifestações do folclore brasileiro. O projeto teve como tema a descoberta e a valorização das diferentes culturas do Brasil e envolveu conteúdos de matemática, linguagem e ciências naturais e humanas.

O trabalho, que incluiu atividades como narração de lendas e histórias e redescobriu brincadeiras e jogos, acabou por envolver as famílias dos estudantes. Por fim, foi realizado um desfile com personagens populares do folclore brasileiro. Mais de 50 estudantes representaram personagens de lendas, como Cuca, Saci, Iara e Negrinho do Pastoreio, com trajes confeccionados pelos familiares. Após o desfile, foram escolhidas as melhores representações. “De mais positivo, pode-se citar o envolvimento das famílias e o prazer das crianças em relatar a parceria com pais, irmãos, padrinhos e vizinhos para a confecção dos bonecos”, destaca Eliane.

A professora Clenir também destacou o envolvimento das famílias e da comunidade escolar nas atividades, além da aprendizagem proporcionada. “Foi possível trabalhar os mais diversos conteúdos de todas as disciplinas do currículo”, ressalta.

A repercussão em outros ambientes, como a secretaria de Educação e demais escolas do município, que puderam apreciar uma exposição sobre o projeto no centro administrativo, foi enfatizada pela professora Rosimeri. “O evento teve muito valor para as crianças que participaram e se motivaram para outras realizações parecidas”, avalia a pedagoga, com experiência de 12 anos no magistério.

Pacto — De acordo com Eliane, o projeto começou como uma das atividades do curso de formação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), do Ministério da Educação, do qual as três professoras participavam na época, mas logo tomou proporções e acabou por envolver outras turmas da escola. “O tema folclore é visto de forma muito prazerosa pelos alunos”, diz. “Além disso, aguça a curiosidade e incentiva a aprendizagem de diferentes conteúdos.” Pedagoga com pós-graduação em psicopedagogia, Eliane está no magistério há 10 anos.

Também há dez anos no magistério, Clenir procura trabalhar o tema folclore com um foco diferente a cada ano. “É um tema que atrai a atenção dos alunos em todas as faixas etárias”, constata a professora, que tem formação em magistério. Segundo ela, a grande maioria dos estudantes ainda escuta de seus familiares histórias e lendas passadas de geração em geração e se diverte com brincadeiras e jogos de tempos atrás.

Fátima Schenini

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