sábado, 4 de maio de 2013

EFEJ recebe visita da tribo Fulni-ô

 Por Anna Monteiro / SEDUC

A Escola de Formação de Educadores de Juazeiro (EFEJ) recebeu na manhã desta quinta-feira (02) a visita dos índios da tribo Fulni-ô (Povo da Beira do Rio). A iniciativa de proporcionar aos formadores um momento de cultura e diversidade partiu da gestão da EFEJ, com o objetivo de provocar, trabalhar a interdisciplinaridade, contextualização, valorização das origens e quebra de estereótipos. 

Os índios Fulni-ô apresentaram seus costumes, danças, artesanato e responderam a questionamentos dos educadores, curiosos em saber sobre o processo de miscigenação, contato com os brancos e período em que ficam reclusos na aldeia Águas Belas – PE. De acordo com a gestora Rosemar Duarte, a expectativa é de que aconteça uma desmistificação da figura do índio, que muitas vezes só é abordada no dia 19 de abril e de uma forma aculturada. 
 “É preciso pensar um pouco mais profundamente sobre esse processo de construção do país e do povo brasileiro. Afinal, o índio não é só aquele estereótipo do povo pintado e que usa cocar, como muitas vezes é simplificadamente representando nas escolas, mas sim parte fundamental da nossa história. Sem dúvida, os formadores presentes hoje aprenderam mais sobre isso e desenvolveram um novo olhar sobre o tema, pois as vivências promovem o conhecimento através do intelecto, sentimento, artes e outros”, destacou Rosemar. 

Sobre a forma que as novas informações chegarão à sala de aula, Taciane Passos de Castro explicou que os formadores serão os multiplicadores, que provocarão os professores da Rede Municipal de Ensino para que estes possam trabalhar a construção da identidade brasileira de uma maneira interdisciplinar, fazendo com que o direito à diversidade cultural passe a ser intrínseca ao aluno. 

De acordo com o que diz a Lei N 11.645 de 10 de março de 2008, a inclusão no currículo oficial das redes de ensino da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” é obrigatória. Tal exigência é vista como uma iniciativa rica que resgata uma questão importante da escola, propiciando aos alunos oportunidades de conhecer o processo de construção do país, bem como compreender a história indígena do passado e do presente, inclusive os aspectos positivos dessa população em relação à cultura brasileira. 

Vale ressaltar que essa nova lei oferece ao aluno a oportunidade de reconhecer as matrizes culturais que fazem parte da história do Brasil, pois a abordagem realizada nas escolas estava voltada para a história europeia, sendo desprezadas as sociedades africanas e indígenas. “As pessoas tem o costume de dar valor apenas ao que vem de fora e isso precisa ser mudado. A Rede Municipal de Ensino de Juazeiro instituiu o ensino dessas culturas e seus elementos, mas como na Bahia se fala muito do povo africano e nem tanto dos indígenas, resolvemos promover esse encontro para preencher essa lacuna”, justificou a gestora da EFEJ.

Anna Monteiro
Assessoria de Comunicação 
Prefeitura de Juazeiro - Secretaria de Educação e Esportes
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